DIVERGÊNCIAS EM NOMENCLATURAS NAS UNIDADES ESTRATIGRÁFICAS, EXEMPLO DA FOLHA PIO IX, PIAUÍ. (BREVE EXPLANAÇÃO)

A evolução da pesquisa geológica no Brasil há muito vem se destacando, tornando-se até mesmo parâmetros para outros países. A busca pelo conhecimento da Geologia em toda a área do país vem sendo coordenada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em parceria com várias instituições nacionais e internacionais, principalmente com os departamentos de Geologia de Universidades brasileiras, onde cada vez mais se obtém detalhamento a cada mapeamento. Embora a CPRM comande as pesquisas, sabe-se que equipes diferentes trabalham a fim de integralizar os dados, os quais culminarão em um mapa, o que gera certas divergências de nomenclatura para algumas Unidades Estratigráficas.

O estudo bibliográfico, a partir dos mapas da Folha Jaguaribe SW (2000), Mapa Geológico do Ceará (2003) e Mapa Geológico do Piauí (2006), para a Folha Pio IX, Piauí, mostrou tais divergências. Com respeito à Folha Jaguaribe, esta foi feita numa escala de 1:500.000, sendo a mesma do mapa geológico do Ceará (1:500.000) e mais detalhada que o do Piauí, (1:1.000.000), mas abrangendo uma área maior (centro-leste do Piauí,sul do Ceará e do Rio Grande do Norte e norte da Paraíba) sendo necessário suprimir algumas formações em apenas uma, como que ocorre, por exemplo, nas formações da Faixa Orós e nos sedimentos Cenozóicos.

Entre o Mapa Geológico do Ceará e do Piauí, o mesmo ocorre com os sedimentos Cenozóicos, no Piauí os mesmo materiais recebem nomenclatura única, estando classificados como exclusivos do Terciário, enquanto no Ceará, a nomenclatura inclui sedimentos costeiros que não estão presentes naquele local, fornecendo idade entre o Plioceno e o Pleistoceno, ou seja, final do Terciário e início do Quaternário. O Grupo Serra Grande, a parte Siluriana da província Parnaíba, foi definido como grupo desde a década de 1980 por Caputo & Lima (1984) e posteriormente por Góes et al em 1992, mas atualmente não há mapas que mostrem o grupo diferenciado em suas formações (Ipu, Tianguá e Jaicós), como observamos nos mapas geológicos do Ceará e o Piauí, mas segundo a Folha Jaguaribe SW, todo o Grupo Serra Grande entre os paralelos 6°00' S e 8°00' S são pertencentes a Formação Jaicós, o que não é razoável para limitar uma unidade sedimentar.

As pesquisas geológicas futuras fornecerão informações necessárias para corrigir estes e outros erros, já que a tendência é o estudo cada vez mais pormenorizado, aumentando o detalhamento, o que falta, por exemplo, em toda a extensão do Grupo Serra Grande. Neste ínterim, o mapeamento da Folha Pio IX é um exemplo do que pode ser feito, já que sua localização (fronteira entre dois estados) permitirá a integração de informações já existentes, com as novas adquiridas, uniformizando unidades e formações apesar de haver fronteira entre estados, como o que ocorre entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte.